segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dejavú? Sim eu já vi e ouvi esse" filme", detestei!



Por Allison Almeida

Musica Popular//Brega
"Sucesso do momento, nada mais é que uma coletânea de Clichês, vai ver que por isso se batizaram o grupo de Dejavú"


Sabe aqueles desafios que é melhor você ficar na sua? Aqueles... Aqueles mesmo que a melhor coisa a se fazer é não bancar o corajoso, o sapiente, o garoto de ouro? Pois é, uma sessão de tortura se deu aos meus ouvidos só porque aceitei o desafio do professor, da Universidade Católica de Pernambuco, Darío Brito para fazer uma critica sobre uma coisa que não tinha simpatia. Aceite e me flagelei escutando o final de semana inteiro a banda Dejavú.


Dejavú, nome propicio a uma banda tipicamente feita por empresários que vende aquilo que a gente já está cansado de ver e ouvir. O engraçado é que sempre eles vendem o mais do mesmo com um novo nome. Um ritmozinho até, convenhamos, swigado, com uma harmonia pobre e letras que façam me o favor... Essa mesma “musiquinha” tinha o nome de Arrocha há uns seis meses atrás. Há uns dois anos, se chamava brega estilizado. Agora, o nome do momento é Tecno-Brega. Isso porque ensinaram dois acordes para um rapaz no sintetizador. Aprenderam a usar programas freeware de estúdio e pensam que criaram DJs ou até Vjs.

Tecno-Brega? O som que a banda é tão ruim que não podemos nem chamar de brega quanto mais Tecno. Li que a moda agora é misturar, uma espécie de brega antropofágico que vai se apropriando de tudo. Outro dia ouvi na Avenida Conde da Boa Vista. Um Ambulante anunciar o seguinte cd: MC Leozinho, o rei do Funk Brega. Quase que comprava o álbum que custava dois reais mais só por curiosidade. Minha irmã adolescente está pensando em criar o Emo- brega. Segundo ela, os dois estilos tem tudo haver filosoficamente falando. Meus estudos de guitarra elétrica e baixo juntamente com meu gosto por Heavy Metal vão influenciar na criação de um ritmo novo brasileiro e totalmente único: O Heavy Brega melódico. Vou juntar a precisão do Angra com a emoção das letras da banda Calypso e afins para ficar “milionário” nas noites do nordeste afora.

Voltando a falar da Dejavú, o grupo reúne uma pegada clichê, de outras bandas do Pará, adicionada a um sintetizador. Naquela velha estrutura de três acordes na qual um final de semana você aprende a tocar todas as musicas no violão. Na gravação que ouvi não senti a inserção de nenhum pick-up ou outra instrumentação característica da musica eletrônica. Portanto não sei de onde veio essa definição bizarra de se chamar de Tecno Brega. Os baixos altíssimos e estourados indicam uma gravação péssima de fundo de quintal. Os cantores seguem aquela tendência já iniciada pela Joelma ,vocalista da Calypso. Eles Acham que gritar é a mesma coisa de cantar. A Joelma ao menos é afinada já a Vocalista da Dejavú.... Misericórdia... Técnicas vocais ali passaram há uns 10000 quilômetros de distância. O que fica mais perceptível principalmente quando as musicas têm uma área melódica um pouco mais aguda.

As letras... putz.... Elas são tão viajadas que deixariam qualquer Pink Floyd parecendo balão mágico. Ao contrario do Pink, é claro as letras não tem nada a ver com nada. Saca só: “Rubi, nave do som .Faz a pedra, vem pra cá .Chega de pedir mais uma chance .Procure outro lance, não preciso de você Naquele instante delirante, apaixonante Decolei naquela nave e decidi não mais querer você” esse é o maior sucesso da Dejavú. Está em boa parte das rádios mais e aí? Alguém sabe o que ela quis dizer com todo esse “rebuscamento”? Seria Rubi algum traficante que “fez” uma pedra de Crack para a menina viajar? Apologia as drogas? Claro que não. Eles não devem ter capacidade intelectual para isso. Aposto com quem quiser que é só mais uma letra sem sentido mesmo. Mais uma da serie: não entendo nada do o que eu tô ouvindo mais é legal!!!!!



Tirando a viagem da nave desse Blogueiro entorpecido os outros temas da Dejavú são relacionamentos sexuais mal resolvidos, “ trocadalhos do carilho”, e mulheres objetos sexuais. Sem falar nas versões chatissimas de musicas que fizeram sucesso no ano retrasado, como Umbrela de Rihanna.



Se o Dejavú fosse um seriado seria daqueles americanos dos anos oitenta com orçamento precaríssimo onde prevalecem cenas trash e o elenco encena pior que meu cachorro vira-lata. O que me deixa puto é que sempre se consegue vender esses negócios para o terceiro mundo. Por pior que o produto seja, se consegue tirar bons lucros com produções bizarras e mercantis que acabam detonando todo um estilo que, por mais que me doa escrever isso, é original feito o movimento brega.

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