segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hãn...15 minutos?

Stand-up Comedy

Hãn...15 minutos?
Em espetáculo na UFPE, Marcelo Adnet confirma vocação para o humor



O domingo, para muitas pessoas, é o primeiro dia da semana. É quando você realiza que o final de semana acabou e que a segunda-feira está mais perto do que nunca. Por este motivo é normalmente o dia de ficar em casa e organizar as coisas para mais uma semana que está chegando. Mas como toda rotina é quebrada algumas vezes, hoje decidi jogar a minha na parede e saí de casa para ver o show de Stand-up Comedy do Marcelo Adnet, aquela história do passarinho azul (não estava lá, não é?).
Só para situá-los, o evento foi no Teatro da UFPE, às 20h. Confesso que fiquei surpreso ao ver a quantidade de carros no caminho para o espetáculo. Não esperava nem tinha notícia de Adnet ter um sucesso tão grande no Recife, poucos minutos depois eu entenderia o porquê. Sim, a maioria das pessoas que lotavam o hall do teatro eram adolescentes, entre 14 e 18 anos, presumo, público alvo da MTV, emissora na qual o comediante em questão tem um programa de sucesso intitulado 15 minutos.
As filas para entrar no teatro estavam tremendamente desorganizadas. Era comum ver as pessoas que chegavam perguntando “onde é que termina essa fila?”. Acomodei-me em algum lugar da extensa multidão enfileirada por puro instinto e aguardei a abertura dos portões. Surpreendi-me quando às 20h, em ponto, começou a sair outra multidão de dentro do teatro. Fiquei sabendo ali que se tratava de uma sessão extra, agendada pela grande procura de ingressos já esgotados para a sessão das 20h. Vinte minutos após o término da primeira sessão os portões se abriram para a entrada da próxima platéia. Só para constar: ninguém ali pode ser acusado de furar fila, inclusive eu, por motivos já ditos aqui.
O espetáculo começou ainda com as cortinas fechadas. Adnet e Murilo Gun (que fez uma participação no show) conversavam lá dentro e davam as clássicas instruções para tudo ocorrer da melhor maneira possível, só que de uma forma nem tão clássica assim. Entre os avisos de desligar o celular, não tirar fotos (o mais desrespeitado na ocasião) e não filmar o espetáculo, surgiam outros como não peidar durante o espetáculo, e se de extremo caso o fizer, espremer bem as nádegas contra a almofada do assento a fim de diminuir o impacto olfativo.
As cortinas abrem e Murilo Gun, comediante pernambucano, estende o tapete para Adnet. Com dez minutos de apresentação, Gun consegue fazer a platéia rir bastante, principalmente por conta do fator local das piadas. É difícil segurar uma platéia tão sedenta pela atração principal, mas Gun fez bem feito e conseguiu que a platéia esquecesse Adnet por alguns minutos.
Ovacionado com palmas, “uh-huuu”s e gritos de lindo, Adnet adentra o palco do Teatro com uma camisa do Brasil, calça jeans e tênis. No início do espetáculo ele fez questão da luz acesa em todo o teatro, segundo ele para conhecer melhor o público que foi vê-lo naquela noite. De fato parecia que ele queria mesmo conhecer as pessoas. De cara, fez logo duas perguntas embaraçosas para a platéia: quem fez sexo hoje e quem é homossexual. Em ambas as perguntas, apenas uma pessoa levantou a mão.
O improviso foi característica presente durante todo o show. Adnet constantemente pedia informações aleatórias a alguém da platéia e montava piadas em cima delas. Ao satirizar trailers de filmes, ele pediu que alguém da platéia contasse como foi o dia dele e aí ele improvisou como seria o trailer de um filme sobre o dia desta pessoa. Esta interação com a platéia também foi recorrente em todo o espetáculo.
No fim do show, a prova da minha teoria sobre o sucesso de Adnet estar atrelado ao programa 15 minutos foi apresentada. A platéia pediu para que ele cantasse Furfles Feelings, hit que ele ajudou a disseminar no programa 15 minutos.
Enfim, Adnet mostrou desenvoltura, criatividade e um texto atualizado (com a presença do caso de Geyse, da Uniban, por exemplo), mostrando que sabe mesmo como fazer humor de verdade, e não apenas atrás de uma câmera com textinhos decorados. Anunciou que em dezembro estará de volta ao Recife, desta vez com um grupo de improviso que ele participa há 6 anos. É aguardar e ir conferir se o resto da platéia saiu com a mesma impressão que a minha: de que o Adnet tem um extenso futuro pela frente, com ou sem a MTV.

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