quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Tarantino volta com Bastardos Inglórios

Cinema


Poster de divulgação do filme Bastados Inglórios


Por
Gabriela Valle


Quentin Tarantino não é um diretor com inúmeros filmes no currículo. Mas suas obras acertam em cheio (salvo raras exceções) o gosto do seu público. O intervalo de tempo entre uma produção e outra é grande, isso aumenta ainda mais a expectativa em cima de seus trabalhos. No entanto, alguns críticos e apreciadores de sua obra tem dito que Tarantino perdeu a mão. Conhecido e adorado por seus diálogos geniais, o público vem sentindo falta dessa característica do diretor em seus últimos filmes, a exemplo do trash Planeta Terror. O recém lançado Bastardos Inglórios, seus mais novo trabalho que já criava poeira na gaveta, chegou como “o retorno do mestre”. Novamente Tarantino acerta em cheio, provando que não perdeu a mão. Ele não erra, se permite.

O projeto de "Bastardos Inglórios" levou oito anos para sair do papel. Finalmente, conseguiu a adesão de ninguém menos do que a poderosa dupla Bob e Harvey Weinstein, além de Lawrence Bender - habituais parceiros de Tarantino na produção (como em "Kill Bill" e "Jackie Brown") Famoso pela sua preferência a certos artistas nos seus filmes, como Uma Thruman e Samuel L Jackson, Tarantino inovou. Chamou Brad Pitt para representar o assassino de nazistas, Aldo Ray. O elenco foi um grande acerto. Mélanie Laurent (Shosanna Dreyfus), Diane Kruger (Bridget Von Hammersmark) e todos os Bastardos Inglórios encontraram bem o teor do personagens propositamente caricatos. Mas quem rouba a cena (de longe) é Christoph Waltz, como o chefe de segurança nazista, Hans Landa. Sua performance foi muito bem reconhecida com um prêmio em Cannes como melhor ator coadjuvante.

Desde sua exibição em Cannes, o filme foi descrito, entre outras coisas, como uma "fantasia da vingança judaica". Falando da história. Tarantino consegue inovar a coletânea de filmes ambientados na II Guerra Mundial. Bastardos Inglórios mistura épocas, gêneros e linguagens. Há elementos dos velhos filmes de faroeste, do cinema italiano e faz também o que parece ser muito difícil para o cinema americano: rodou Bastardos em três línguas diferentes (inglês alemão e italiano). Ele conta a história de um grupo de judeus americanos enviados à Europa para matar nazistas. Sanguinários, eles costumavam arrancar os escalpos das cabeças de suas vítimas. Como todos os outros filmes de Tarantino, foge extremamente do politicamente correto.

Paralelamente, o filme traz a história da judia Shosanna que planeja explodir seu cinema na noite de estréia de um filme nazista. Os Bastardos recebem a ajuda de uma famosa atriz alemã que trabalha para os americanos (Kruger). Eles são o grande trabalho que o chefe de segurança Hans Landa tem para proteger a vida de seus compatriotas. No final essas histórias se encontram com muito sangue e bala. O enredo não respeita a verdade histórica. O que o torna mais imprevisível e divertido. E é sempre bom lembrar: Bastardos Inglórios é fruto exclusivo da imaginação criativa de Quentin Tarantino. Todos os elementos da mistura “Tarantinesca” se unem nessa obra como uma sinfonia harmoniosa. A música, com influência dos faroestes, é a base para o clima trágico e às vezes cômico. Os diálogos, o humor negro, as interpretações, a música, tudo está na dose certa e juntas formam mais uma obra prima do diretor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário