segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dido e Enéas, uma noite de Ópera no Recife


Por Allison Almeida

Se há uma coisa que não é comum no Recife é espetaculo de artes consideradas “eruditas”. Controverso, pois falamos de um estado que efervesce em cultura, a qualidade dos artistas é muito boa. Falo isso sem o tal do bairrismo que é uma caracteristica da nossa pernambucanidade. As cias de musica e teatro que tentam acabam esbarrando em problemas como a falta de patrocinio no setor privado, os elevados custos de montagens, e muitas vezes, a questão da falta de espaço fisico, a maioria dos nossos teatros são muito pequenos. Por esses e outros motivos, há de se louvar a coragem do Professor Da Universidade Federal de Pernambuco, UFPE ,e diretor artistico da ópera, Flávio Medeiros.

Ópera é um dos generos artisticos mais complicados porque envolve artes cênicas e Musica diretamente. É dificil fazer drama, comédia, ou qualquer outro gênero e cantar ao mesmo tempo, isso quando não se tem balé, coisa que Dido e Enéas tinha, e diga-se muito bem desenvolvido. A opera foi encenada pelo coro profissional Contracantos, dirigido pelo Professor Flávio, em matéria de musica, eles se sairam muito bem. Não que tenham sido uma tragedia, mas como eu falei, o genero Ópera requer dominio de dramaticidade da atuação,.

Eles , coro Contracantos, são todos músicos, a maioria faz o curso na UFPE, então era até de esperar uma certa preocupação em acertar as notas que interpretar o texto de Purcell, que não é facil. Dido e Enéas é uma peça Barroca que conta a história Amorosa de Dido, Rainha de Cartago e apaixonada pelo principe troiano Éneas, heroói que sucumbe ao plano maligno de uma bruxa que acaba separando o casal.
No quesito interpretação destaca-se “ O feitecera”, Sebastião Camara, Contratenor dos bons que incorporou muito bem o espirito da maldade da senhora má que queria acbar com um romance. A direção musical também foi um show a parte. O cravista e regente Carioca Marcelo Fagerlande preparou muito bem a orquestra de camera que interpretou muito bem todas as Arias e todas as passagens musicais. Outro destaque foi a mezzo- soprano que interpretou Dido, a rainha Cartagena, Virginia Cavalvanti prquepôs leveza e muito drama a sua personagem que foi trapaceada por uma bruxa.

Resumo final da obra: a Ópera marca um começo em Pernambuco. Apesar do arrojo do professor Flavio e o ineditismo da obra no nordeste, ainda estamos longe de ser uma grande escola operistica, mas quem sabe isso seja um começo. Não estamos preparados para obras eruditas um pouco mais complexas como o Passaro de Fogo ou Sagração da Primavera de Tchayckovsky, mas também aqui não se faz feio, não quando o assunto é erudito. Embora não tenhamos tradição em público, e em questões como a interpretação, que é a base da òpera. Não tenhamos ainda... Tomara que tenha sido há primeiras de muitas experimentações. Nosso povo é muito carante de espetáculos de alto nível. Seja quaisquer produções artísticas, é muto melhor tentar fazer uma coisa de alto nivel que fazer qualquer coisa só por fazer, sem planejamento, sem paixão, por vaidade ou só pela grana mesmo.

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